
Fabricação Artesanal
Hidromel
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História do Hidromel
O hidromel é, certamente, a bebida alcoólica mais antiga da humanidade. Feito originalmente de água e mel fermentados, sua descrição mais antiga pode ser encontrada no Rig-Veda, o Livro dos Hinos dos hindus, datando de cerca de 1.700 a 1.100 a.C.. Chamado de “bebida dos deuses”, o hidromel está presente em mitologias por todo o mundo.
Comumente, aqueles que conhecem o hidromel imediatamente se lembram dos vikings. Mas, ao contrário do que muitos pensam, eles não foram os criadores, nem os principais consumidores desta bebida. Acredita-se que o hidromel tenha sido fabricado inicialmente nas savanas africanas, de forma acidental, quando colméias eram inundadas e a fermentação acontecia naturalmente. Com a constante migração de pessoas indo da África para outros continentes, o conhecimento sobre o hidromel se espalhou pelo mundo.
Mas o processo de fermentação não veio a ser entendido até o século XIX. Por causa disto, este processo tomou qualidades místicas e religiosas, aumentadas pelos efeitos do álcool.


Os gregos antigos chamavam o hidromel de Ambrosia ou Nectar. Eles acreditavam que esta era a bebida dos deuses, que caía dos céus como orvalho e era recolhida pelas abelhas. O hidromel teria propriedades mágicas e prolongaria a vida, além de conferir saúde, força, virilidade, poderes recreativos, humor e poesia a quem bebesse. Os celtas acreditavam que um rio de hidromel atravessava o paraíso, enquanto os anglo-saxões consideravam o hidromel como a bebida que daria imortalidade, poesia e conhecimento.
Mas são os povos escandinavos que possuem mais histórias sobre o hidromel.
Dizem as lendas que o t’ej, hidromel típico da região da Etiópia, teria sido a bebida preferida da rainha Sheba e do rei Salomão. O Enuma Elish, um mito de criação babilônico, menciona o hidromel como sendo a bebida dos deuses. Os mouros serviam hidromel em casamentos, e acreditavam que a bebida fosse um “estimulante de amor”. Os maias fabricavam um tipo de hidromel chamado balache, de flores de campainha e casca da árvore balache. Dizia-se que quem bebia deste hidromel recebia poderes dos deuses que lhes permitiam ter visões.
Dois fatores contribuíram para o declínio na produção do hidromel. O primeiro foi a descoberta da fermentação da uva, mais fácil e barata. Assim, o vinho tomou o lugar do hidromel em todos os lugares onde esta fruta podia ser facilmente cultivada. O segundo foi a urbanização, que fez com que o preço do mel subisse. Com a introdução da cana como um meio mais barato de conseguir açúcar, a produção de mel caiu drasticamente. A fabricação do hidromel foi mantida principalmente em monastérios, que precisavam das abelhas por causa de sua cera, usada para a fabricação de velas. O mel que sobrava era fermentado, e a bebida era aproveitada pelos monges nos seus momentos mais seculares.
Hoje em dia, o hidromel se faz presente no nosso cotidiano com a expressão “lua-de-mel”. A origem deste termo está na tradição antiga de dar aos recém casados hidromel o suficiente para durar uma lua, equivalente a um mês, que era o período em que iriam se recolher presumidamente para criar um herdeiro de seu nome. O pagamento do fabricante de hidromel costumava até mesmo ser mais alto, dependendo da rapidez com que a mulher engravidava.
Existem diversas variações de hidromel. Algumas destas variações são o melomel, hidromel com adição de frutas; metheglin, hidromel com adição de ervas e/ou especiarias; e o capsicumel, hidromel com adição de pimenta.
